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Segunda-feira, 27.08.18

COMO O DA FÁBULA, HORÁCIOS HÁ MUITOS.

Numa terra distante, nasceu um rapazinho que tinha um grande sonho: ser presidente de câmara. Ou seja: desde cedo começou por demonstrar, quer a brincar com os companheiros da escola, quer em outras tarefas, a grande paixão de liderar.

Em qualquer brincadeira que fizesse ou em qualquer evento que participasse, ele queria sempre ser o chefe.

Manuel, assim se chamava o rapazinho, fez, no seu Concelho, a instrução primária. Teve como mestre uma boa professora, que lhe tentou transmitir os melhores mandamentos da vida: Honestidade, rigor, trabalho e sinceridade.

Manuel era bom aluno, limpo, penteado e asseado. Parecia bastante metódico, em todas as tarefas a que se propunha realizar.

Foi fazer o liceu acabando-o com distinção.

Entretanto, entrou na universidade, onde continuou a ser um bom aluno, mas já com instinto de se aproximar das pessoas e professores com competências elevadas para ouvir e aprender assuntos que já lhe aguçavam o interesse: onde ele pudesse beber conhecimentos e conhecer pessoas que lhe dessem a possibilidade de subir na vida ele marcava presença.

Com o passar dos tempos ele já liderava no grupo dos mais jovens da sua terra, ou seja, conseguia agregar à sua volta a juventude, mesmo que em algumas ocasiões o fizesse apenas porque pagava umas cervejolas.

Os anos foram passando até que algumas pessoas, lá da terra, entenderam haver necessidade de alguém, com perfil, para estar à frente dos destinos do Concelho que ficava paredes meias com o da sua residência.

Depois de diversas reuniões o escolhido foi o Manuel.

Claro que ficou muito satisfeito, rodeou-se de meia dúzia de pessoas ávidas pelo poder, criou uma coligação de forma a angariar o maior número de apoios possíveis e lá andou pelas aldeias “cantando e rindo”. A coligação saiu vencedora e agora o Manuel podia dizer orgulhosamente – eu sou o presidente.

As pessoas que o escolheram e confiaram nele não se arrependeriam, dizia ele.

As primeiras infraestruturas foram feitas e tudo correu bem. O relvado foi plantado, regado e lá continua a crescer saudável e rápido, ainda que não tenha utilidade.

Era um chefe exemplar no que dizia respeito a organização e trabalho, diziam aqueles que ele escolheu e que graças a ele enchiam chorudamente o bolso com o ordenado no final do mês, principalmente um que conseguiu chegar pela nomeação onde não o tinha conseguido pelos votos.

Claro que os cidadãos andavam felizes, porque tinha chegado um bom momento para a terra. Ia haver, pelas promessas feitas, desenvolvimento, criação de postos de trabalho, obras, teleférico, pista de ski, etc. Enfim começava a aparecer uma lufada de ar fresco.

Com o passar do tempo, 5 ou 6 meses, o Manuel começou a mostrar-se um pouco mais atrevido e não é que apanhou um grande defeito. Tornou-se um mentiroso compulsivo. Ficou com uma vaidade como nunca se lhe tinha conhecido.

Ia prometendo mais e mais desenvolvimentos, sem que se chegassem a concretizar. Parecia viver no pais do “faz de conta”.

Os cidadãos, principalmente aqueles que o ajudaram e confiaram nele, bem que o chamavam à razão, mas a resposta era sempre a mesma: não se preocupem que as situações não estão esquecidas, só que primeiro temos que resolver situações pendentes que se arrastam de executivos anteriores. Cada coisa a seu tempo.

E assim continuava até que as pessoas começaram a ficar desalentadas e já não acreditavam no que ele prometia. Diziam mesmo: Nunca ninguém perdeu o “estado de graça” em tão pouco tempo.

Ele, ia pedindo confiança e tolerância. As pessoas iam acreditando na esperança das situações se irem resolvendo, até que chegou o fatídico dia, a gota de água.

Quando o presidente precisou mesmo das pessoas, elas estavam cansadas e já não acreditaram mais nele.

Deixaram de lhe prestar solidariedade, de confiar, desprezando-o.

Ele bem que pediu, esforçando-se ao máximo para que o ouvissem, mas sem resultado positivo.

Tinha acabado a verdadeira confiança naquele que lhes tinha prometido desenvolvimento, rigor, honestidade e criação de emprego.

Todo o povo preferiu demonstrar-lhe a sua indignação, repudiando-o, no momento em mais precisava (ato eleitoral), pois ele tinha traído quem nele confiou e o apoiou incondicionalmente.

Talvez se conhecesse a história do Horácio e do lobo, não tivesse cometido os erros que cometeu. Assim à parecença do Horácio, mentiu, mentiu e quando era verdade ninguém acreditou nele, virando-lhe as costas.

Eu cá continuarei, na minha esquina predileta, esperando que resolvam o problema dos balneários termais ou pelo menos que seja dita a verdade sobre a não utilização das suas águas para tratamento. Resolvam lá isso rápido, pois água não falta e eu necessito de ir a banhos. Não sejam horácios.

 

Zé da Esquina

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Zé da Esquina às 21:13


1 comentário

De Anónimo a 12.09.2018 às 00:39

Dr. Zé com tanta noticia junto da tua esquina...só podes estar mouco... ou o Bronco II ja te deu ouvidos?

Ou os mais de 50 000 euros para a TVI tb te vai calhar algo?
Ou será que a CM te vai pagar uma biografia?


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