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BLOG ONDE SE PODE E DEVE FALAR DE TUDO (SOBRETUDO O INTERESSANTE)
Desde a entrevista, concedida pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, à Rádio L, que junto das minhas esquinas não se tem falado de outra coisa. A maioria, se não a totalidade, de opiniões não favoráveis ao entrevistado. Não queria falar, por achar que tal entrevista além de desenxabida, inodora e incolor, foi incompleta, não trazendo nada de novo, ou que já não fosse do conhecimento público. No entanto, depois de alguns comentários e e-mails enviados para o blogue 4 esquinas, resolvi sossegar aqueles que comigo desabafam e ainda os outros, felizmente poucos, que me acusam de estar cada vez mais acomodado e ao serviço do poder, como se isso algum dia fosse possível. Estou e continuarei a estar sempre, e até que os dedos me doam de tanto escrever, sempre do lado daqueles que pensam por cabeça própria e acima de tudo, mesmo sabendo não ser o dono da verdade, escrevendo o que me vai na alma, nunca me preocupando em agradar a quem quer que seja e sempre defendendo aquilo que eu julgo serem as condutas do ser Humano. Coerência, frontalidade, lealdade e a mais importante de todas, verdade.
Depois desde intróito falamos então da dita entrevista.
Desenxabida, a começar pela própria entrevistadora, a qual não soube explorar as fraquezas do entrevistado, limitando-se a ler algumas perguntas, que provavelmente alguém lhe ditou, ajudando inclusive o entrevistado nas horas de maior “gaguez” ou quando este não conseguia encontrar atempadamente as cabulas. O entrevistado, o que não admira comparando com prestações anteriores, foi, ao longo da suposta entrevista, debitando frases, algumas sem nexo ou sentido, as quais, a maioria das vezes, eram lidas de forma trapalhona, sem qualquer ênfase em termo de pontuação, o que levou a que algumas pessoas, chegassem ao final a bater palmas por finalmente aquela enfadonha entrevista ter acabado.
Inodora, porque embora tivesse cheiro, cheirou-me a mofo, a discurso ultrapassado e, como de costume, impreparado, mais uma vez com a conivência da entrevistadora, que na maioria das perguntas deixou que as mesmas ficassem sem resposta ou a mesma fosse deturpada ou respondida da maneira que mais jeito deu ao entrevistado. Refiro-me por exemplo à reparação ou rectificação da estrada 225, conhecida por estrada do Vale do Paiva, aliás uma das bandeiras de campanha do actual Presidente e porventura um dos temas que serviu para que o mesmo angariasse elevado número de votos, tendo prometido, mesmo depois das eleições que a mesma iria ser uma realidade, dizendo agora que a mesma não vai ser reparada, porque o governo entende não ser uma prioridade, dado o reduzido número de sinistralidade da mesma. Haverá necessidade de morrer alguém na referida estrada para que a mesma seja reparada? Se sim, a mesma pode e deve ser desde já reparada, pois todos os dias morrem pessoas naquela via, não fisicamente, mas de agonia por nela terem de circular e acima de tudo porque ao fazerem-no ecoam-lhe nos ouvidos as promessas não cumpridas e anunciadas pelo Senhor Presidente da Câmara, todo sorridente perante outros seus colegas de Câmaras do distrito e do Senhor Governador Civil de então. Outras respostas, foram dadas, com o desenrasque politico do costume, como quando falaram das obras já realizadas pelo Município que o entrevistado apresentou um rol das mesmas, a fazer lá para 2013 ou 2014, quando na realidade a pergunta concreta e objectiva era quais as obras realizadas até ao momento pelo executivo camarário. Uma houve que eu gostei em particular, e passo a citar: “Proibiram os autocarros da Câmara de circularem pelo centro da vila”. Quando aconteceu a “bronca” com os Bombeiros Voluntários,o Senhor Presidente foi lesto a afirmar que a autoridade máxima do Concelho era ele. Então, quem lhe retirou o poder? Algum Ministro, Secretário de Estado ou apenas conveniência na resposta?
Engraçada, ou mesmo cómica, foi quando o Senhor Presidente da Câmara disse saber, que no dia da manifestação dos pais e encarregados de educação dos alunos da Escola de Mamouros, contra o fecho da mesma, que a referida escola não iria fechar. Se isso corresponde á verdade, o porquê de tanto espalhafato da sua parte com a comunicação social e outros presentes?
Mas a resposta mais engraçada que eu ouvi foi referente á pergunta do relacionamento entre Vereadores. Diz o Senhor Presidente, que depois de alguns arrufos entre dois Vereadores por causa da nomeação do encarregado geral, tudo está sanado e de regresso á normalidade. Só faltou mesmo dizer que o edifício dos Paços do Concelho é o Vaticano, sendo o Presidente o Papa e os seus Vereadores a Madre Teresa de Calcutá, dada a harmonia, sensatez mas principalmente a amizade existente entre a Irmandade. Também me apraz registar com agrado, que o Senhor engenheiro Ernesto, ou será só Ernesto? É um grande amigo do Senhor Luís. Como importante isso é para o normal desenvolvimento do Concelho.O Ernesto, aliás o Senhor engenheiro Ernesto, tem os dias contados, no que toca a chefe de divisão, porque, diz o Senhor Presidente no final de 2012, irá haver concurso público para provimento do lugar que ele actualmente ocupa. Finalmente uma medida astuta e inteligente do Senhor Presidente. Sabendo, que por influência da troika, o município de Castro Daire, dos actuais 7 chefes de divisão, ficará reduzido a 3,nada melhor que abrir concurso público para resolver a situação dos 4 a sair e deixar a “batata quente” nas mãos do júri, saindo, ou tentando perante a opinião pública sair airosamente de uma situação de toda embaraçosa para o próprio, mas principalmente para quem não tem por hábito tomar decisões, defendendo-se na maioria das vezes no conteúdo da lei, mas dizendo ao mesmo tempo, como referiu na entrevista, que não se achava ou sentia um legalista.
Adorei também a historia da mini rotunda, por causa dos aceleras e as “frestas” por onde entrava o frio e deixou de entrar devido á compra e colocação de aquecedores. Tal como de o ouvir dizer que criou o prolongamento de horário nos jardim-de-infância. Quem o escutou ficou a pensar que o mesmo só existe depois de ele ter tomado posse, como se não acontecesse já com executivos anteriores.
Incolor ou talvez multicolor, porque o futuro é escuro, e com este executivo rumará, cada vez mais, para o negro, principalmente pela falta de diálogo entre os membros do executivo e as constantes picardias entre os mesmos. Ainda, esta semana, o Senhor Presidente da Câmara, acompanhado pelo Senhor Vereador da Industria, Comércio e Serviços visitaram e homenagearam 2 empresas Castrenses premiadas pelo seu sucesso. Talvez, ambos possam aproveitar para se inspirarem nos modelos dessas empresas e ao implementá-los no município lhes possam dar a credibilidade e desenvolvimento necessário definindo o rumo certo para o mesmo.
Incompleta, porque a entrevistadora, por comodismo, obrigação ou combinação, esqueceu-se de fazer a perguntas que todos nós gostávamos de ver respondidas. Depois de fazer um género de auscultação pública, aqui deixo algumas delas:
Por aqui me fico, não porque não tenha nada mais a dizer, mas porque em certas alturas o silêncio é a melhor palavra. É este conceito que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, não interioriza e que na maioria das vezes deveria pôr em prática.
Zé da Esquina
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