De Um Português a 11.08.2015 às 20:09
Gostava de ver o Autor deste blog a escrever posts sobre outras coisas que interessam para a vida quotidiana dos Castrenses. Como por exemplo, a falta de água que atingiu a vila (não sei se mais lugares) esta manhã e que agora uma vez mais se verifica. Julgo ter visto (ou ouvido) em algum lado, há algum tempo, a informação que actualmente o Município não tem maquinaria (não sou especialista, não sei como se chama exactamente: estação elevatória, "bomba"...?) para realizar o correcto abastecimento de água a Castro Daire, porque se tinha avariado e não há dinheiro para a mandar reparar ou comprar novo equipamento. Não é preciso ser um génio das finanças para perceber o porquê da falta de verbas para coisas que devem ser essenciais e colocadas ao serviço da população - que afinal é quem elege os responsáveis públicos, e estes a ela deveriam prestar contas; infelizmente, e não é só em Castro Daire, o dinheiro que é de todos anda ao serviço de alguns, dos interesses e das clientelas várias que fizeram de Portugal uma coutada, e não um País digno de ser assim chamado (já lá dizia Almada Negreiros que Portugal não era um país, mas sim um sítio mal frequentado). O que me espanta, no entanto, é o facto de toda a gente (ou quase toda) saber que o abastecimento de água à vila está péssimo, que a estratégia que anda a ser seguida pelo Município é a de carregar o camião-cisterna municipal directamente em fontes/rio e em seguida despejá-lo para os reservatórios, e ninguém dizer nada. Tudo calmo e sereno, à boa maneira portuguesa. E também, à boa maneira castrense, tudo caladinho para não fazer ondas e não se ficar mal visto. Porque nesta santa terra, quem luta pela dignidade, pela justiça e tenta fazer alguma coisa pelo colectivo - agitar as águas, acho que calha bem aqui esta expressão - não interessa, isto mesmo se pelas costas - pelas costas, claro, que serve de tanto - todos critiquem o estado a que as coisas chegaram. Quando há falta de água, bombardeio a Câmara, quanto mais não seja com telefonemas, para saber as razões; tem tantos funcionários, por isso ao menos que atendam o público, já que são pagos também pelo meu dinheiro. Gostava de saber se todos o fazem e mostram que estão atentos. É que nós não podemos servir só para ir votar e justificar a festa da pseudo-democracia em se vive hoje, aqui, no país, e infelizmente, no mundo. Hoje achei piada à funcionária que me atendeu, a dizer que "foi a bomba que rebentou". A dar uma informação que, julgo, todos sabemos há muito tempo, como se fosse de hoje! Provavelmente o camião teve problemas em encher a cisterna de água, com o movimento de bombeiros, ou então o movimento de pessoas nesta época do ano junto ao rio. Provavelmente não conseguiu o volume de água que é necessário e por isso, uma vez mais, não corre água em casa dos munícipes. Provavelmente também, digo eu, ficava bem aos responsáveis - para isso foram eleitos e são pagos - informarem a população, como se faz em muitos sítios (e aqui falo também de muitos locais em Portugal, felizmente). Mas na hora H, a malta gosta sempre dos mesmos. Por isso fica a seco.
De Anónimo a 12.08.2015 às 10:26
Gostei muito da sua observação, deveria ser essa a atitude dos que se sentem lesados. Também eu costumo reclamar diretamente sem grandes rodeios, também já tive oportunidade de dizer que existem prioridades e aí sim mostravam obra, agora andarem a encher os reservatórios com o carro!... é por isso que a pouca água que sai é suja, utilizar água da torneira é uma aventura arriscada. Mas ainda assim é melhor "beberem" festas, não há dinheiro para a bomba de água mas há dinheiro para festas, aí vem mais uma... ou para carros, para os altos e companhia poderem passear, os carros de trabalho e acessórios ficam para depois..............
De De outro português a 12.08.2015 às 16:30
O Sr. não podia estar mais correto!
AS pessoas aqui têm medo de reclamar a algo a que têm direito, porque, posteriormente, passam a ser consideradas mal-educadas. Depois há aqueles ditos cujos que não precisam de reclamar, já que têm sempre tudo resolvido graças à amizade conveniente com os dirigentes autárquicos. O Carneiro, tanto que vai à Suíça, ainda não percebi o que é que lá vai fazer. Já teve tempo suficiente para aprender alguma coisinha, como por exemplo o modelo de governação autárquico lá existente.
Para estas festas constantes, fúteis e inúteis há sempre dinheiro, mas para as infra estruturas básicas não há dinheiro...
E já agora, essas casinhas que vão agora fazer para os alegados desfavorecidos, serão mesmo para os mais desfavorecidos ou os mais conhecidos?