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BLOG ONDE SE PODE E DEVE FALAR DE TUDO (SOBRETUDO O INTERESSANTE)
Sem nada para fazer, sem saber onde ocupar o meu tempo e também não podendo ir para o café, beber umas imperiais, porque o mísero dinheiro do RSI que o governo do “Engenheiro” Sócrates me dá não chega nem até ao dia 15 de cada mês, deve pensar o “artífice” que eu tenho que trabalhar para comer, como se ele ou toda a “malta” politica fosse algum exemplo de trabalhadores. Resolvi remexer os fundilhos das algibeiras para ver se conseguia descobrir uns trocos para comprar o jornal, não o Noticias de Castro Daire, pois esse mais parece aqueles jornais de parede que se fazia no meu tempo de estudante no colégio de Lamego. Depois de muito apalpar não consegui rapar um cêntimo que fosse. Resolvi então sentar-me num dos bancos do cada vez mais triste e sujo jardim de Castro Daire, para ocupar e passar um pouco do meu tempo. Tentei "passar um pouco pelas brasas", mas não consegui, devido á azáfama constante dos trabalhadores daquele espaço, eles eram uns a cortar a relva, outros a podar as árvores, outros a regar, ainda outros a varrer, era só trabalho. Ainda pensei aguardar mais um pouco e esperar pela noite, mas logo tirei essa ideia da cabeça, pois poderia trazer algo de grave essa minha decisão, como o poder cair, porque além da luz, em alguns locais do jardim ser insuficiente, parece-me que os electricistas camarários só têm vagar para trabalhar ali para os lados da antiga cooperativa, e o pavimento está numa lástima. É só mosaicos levantados, raízes das árvores a sair do solo, e outras coisas que infelizmente os responsáveis camarários vêm, porque passam por lá todos os dias, mas olham e assobiam para os lados, com o se nada fosse com eles. De repente, talvez inspirado pelo cheiro das papoilas, ou do que dela se extrai, surgiu-me a ideia de recorrer ao boletim municipal para saciar a minha leitura e ao mesmo tempo, achava eu, ficar informado das actividades políticas do Município castrense.
Comecei por ler as “gordas”, com algum interesse, diga-se de passagem, fotos do desfile carnavalesco, as crianças dão sempre um colorido e muita animação a esta quadra, umas fotos dumas obritas feitas para agradar ao povo, embora eu concorde com a utilidade de algumas e principalmente com algumas mudanças que se começam a notar, principalmente nos serviços que se vão fazendo na nossa vila, com os trabalhadores camarários em menor numero, mas com mais eficácia, pelo menos já não é normal ver um a trabalhar e três a conversar. Em relação às fotos das obras, uma coisa que eu estranhei foi o facto de todas elas serem obras pertencentes ao pelouro de apenas um dos Vereadores. Será que referentes aos pelouros atribuídos aos outros Vereadores não se fizeram obras? Ou os mesmos não as querem mostrar? Por aquilo que vejo parece-me mais provável a primeira hipótese.
Ainda com tempo para a leitura, resolvi por isso, saltar para o caderno onde se transcreve o que de mais importante se passou nas reuniões onde participam os Vereadores.
No referido caderno achei algumas transcrições interessantes, outras curiosas e outras, ainda, engraçadas.
Interessante saber que em tempo de crise e com o “País de tanga”, o Município Castrense é um oásis e consegue “desembolsar” mais de 300.000 € em subsídios para Associações, Grupos Desportivos e afins, com a agravante que alguns dos afins, desenvolvem pouca, para não dizer nenhuma actividade desportiva, cultural ou social.
Curiosas, o facto de o Município andar a vender em hasta pública, ou por carta fechada, como queiram, as Carvalhas situadas á beira da estrada, a preço de saldo. Só falta a informação que de seguida e nos mesmos lugares foram plantadas outras. Já sei, vão-me dizer que foi para aproveitar os buracos que já estavam abertos. Concordo, é uma decisão correcta! É quase parecido com reciclagem. Na reciclagem transformam-se coisas inúteis em coisas úteis. Neste casos transformam-se Carvalhas adultas e desenvolvidas em Carvalhas infantis que só daqui a muitos anos poderão dar sombra e estarem esteticamente inseridas na paisagem que ocupam.
Pelo meio algumas adjudicações e concursos para execução de obras, o que é sempre digno de exaltar e fica bonito para quem lê.
Para ao final deixei aquele que me parece, no mínimo, hilariante. Estou a falar na requalificação da Avenida Maria Alcina Fadista, com a inclusão de quatro faixas de rodagem e respectivos passeios, desde o cruzamento da antiga EN 2 até ao complexo desportivo. Verdade seja dita! Um dos Vereadores, por acaso, actualmente na oposição, votou contra o número de faixas, quanto aos restantes, diga-se em abonação da verdade, siga a banda, acabe-se a reunião e receba-se a senha de presença,porque a modesta quantia de 999.941,62€,quase um milhão de euros,é uma "migalha" no orçamento do Municipio. A crise não chegou à Câmara de Castro Daire,para poder esbanjar dinheiro de tal forma!
Estou a pensar, felizmente, ainda, por enquanto, não paga imposto, desde que não se pense alto, fiscalizar, dada a minha disponibilidade de tempo, aquela referida obra, para avisar o empreiteiro que não se esqueça de colocar semáforos no final da mesma, junto ao complexo desportivo, para que não aconteçam acidente em excesso. Ou será que existe alguma outra solução para controlar e escoar o trânsito de quatro faixas quando este bruscamente tem que passar a utilizar apenas duas? Se calhar existe, deve ser alguma ideia bombástica de algum dos “iluminados” da engenharia existente ali para os lados da rua Cândido dos Reis. Tipo duas para viaturas e outras duas para kartódromo ou autódromo ou quem sabe, pista de aterragem ou até mesmo, para sky, skate ou trenó! Na ausência de melhor, poder-se-á sempre dizer que foram feitas porque... Porque sim! Pronto! “Quem andou em Coimbra fui eu! Brincamos ou quê?”
Vou continuar, qual Viriato de espada em riste, aguardando pelo desenrolar desta magnífica obra que eu apelido de engenharia serrana, porque vivemos na serra, vivêssemos nós nas zonas limítrofes de Lisboa e seria apelidada de engenharia saloia. Mas nunca esquecendo que apesar de este texto ser uma estória, a História deste Concelho continua “socialisticamente” a fazer-se desta e de outras estórias.
Zé da Esquina
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